Dr. Marco Antonio Iazzetti | Infectologista Pediátrico

Quando a infecção volta? Reinfeção x resistência bacteriana em crianças

criança em consulta tranquila com médico.

É comum que crianças fiquem doentes mais de uma vez no ano, especialmente após o retorno à creche ou à escola. Porém, quando a infecção parece “não ir embora” ou volta logo depois de um tratamento, muitos pais ficam com uma dúvida:

Meu filho está pegando outra infecção ou o tratamento não está funcionando?

Entender a diferença entre reinfecção e resistência bacteriana é essencial para decidir quando procurar o infectologista pediátrico.

Reinfecção: quando a criança pega outra doença

A reinfecção acontece quando a criança melhora e depois adoece novamente, mas com uma nova exposição ao vírus ou bactéria.
Isso é comum em ambientes escolares, principalmente quando o sistema imunológico ainda está em formação.

Exemplos comuns

  • A criança tratou uma sinusite, mas semanas depois pegou outra gripe que evoluiu com sintomas semelhantes.
  • Após uma bronquiolite, a criança frequenta a escola e adquire outro vírus respiratório.
  • Uma ITU (infecção urinária) melhora, mas meses depois outra bactéria causa uma nova infecção.

👉 Não é falha do tratamento. É uma nova doença.

Resistência bacteriana: quando o antibiótico não funciona

A resistência ocorre quando a bactéria não responde ao antibiótico indicado, mesmo quando o medicamento foi usado corretamente.
Isso pode acontecer em infecções que demandam uso prolongado, uso repetido do mesmo antibiótico ou quadros graves.

Exemplos que exigem atenção

  • Pielonefrite que melhora pouco, mesmo com antibiótico adequado.
  • Pneumonia que piora ou volta com febre nas primeiras 48–72h de tratamento.
  • Otite ou sinusite com vários tratamentos seguidos, sem resposta satisfatória.

Nesse cenário, o infectologista pediátrico avalia o histórico, solicita exames específicos (como urocultura, hemocultura ou antibiograma) e define condutas mais seguras.

Quando procurar o infectologista pediátrico

A avaliação especializada é recomendada quando a criança:

  • teve duas ou mais infecções graves em pouco tempo.
  • teve uso recente de antibióticos, com pouca resposta.
  • teve pneumonia, pielonefrite ou sinusite de repetição.
  • apresenta febre persistente sem causa definida.
  • passou por internação prévia e adoece novamente.
  • recebeu culturas com bactérias resistentes.

O objetivo é entender a causa, evitar tratamentos desnecessários e proteger a criança de complicações futuras.

Cuidado que previne e protege

A investigação correta ajuda a evitar uso excessivo de antibióticos, reduz risco de resistência bacteriana e ajuda a criança a receber o tratamento adequado, no momento certo.

Dr. Marco Antonio Iazzetti
Infectologista pediátrico | Pediatra | Acupunturista
CRM/SP: 79060 – RQE: 46101 – RQE: 72245