É comum que crianças fiquem doentes mais de uma vez no ano, especialmente após o retorno à creche ou à escola. Porém, quando a infecção parece “não ir embora” ou volta logo depois de um tratamento, muitos pais ficam com uma dúvida:
Meu filho está pegando outra infecção ou o tratamento não está funcionando?
Entender a diferença entre reinfecção e resistência bacteriana é essencial para decidir quando procurar o infectologista pediátrico.
Reinfecção: quando a criança pega outra doença
A reinfecção acontece quando a criança melhora e depois adoece novamente, mas com uma nova exposição ao vírus ou bactéria.
Isso é comum em ambientes escolares, principalmente quando o sistema imunológico ainda está em formação.
Exemplos comuns
- A criança tratou uma sinusite, mas semanas depois pegou outra gripe que evoluiu com sintomas semelhantes.
- Após uma bronquiolite, a criança frequenta a escola e adquire outro vírus respiratório.
- Uma ITU (infecção urinária) melhora, mas meses depois outra bactéria causa uma nova infecção.
👉 Não é falha do tratamento. É uma nova doença.
Resistência bacteriana: quando o antibiótico não funciona
A resistência ocorre quando a bactéria não responde ao antibiótico indicado, mesmo quando o medicamento foi usado corretamente.
Isso pode acontecer em infecções que demandam uso prolongado, uso repetido do mesmo antibiótico ou quadros graves.
Exemplos que exigem atenção
- Pielonefrite que melhora pouco, mesmo com antibiótico adequado.
- Pneumonia que piora ou volta com febre nas primeiras 48–72h de tratamento.
- Otite ou sinusite com vários tratamentos seguidos, sem resposta satisfatória.
Nesse cenário, o infectologista pediátrico avalia o histórico, solicita exames específicos (como urocultura, hemocultura ou antibiograma) e define condutas mais seguras.
Quando procurar o infectologista pediátrico
A avaliação especializada é recomendada quando a criança:
- teve duas ou mais infecções graves em pouco tempo.
- teve uso recente de antibióticos, com pouca resposta.
- teve pneumonia, pielonefrite ou sinusite de repetição.
- apresenta febre persistente sem causa definida.
- passou por internação prévia e adoece novamente.
- recebeu culturas com bactérias resistentes.
O objetivo é entender a causa, evitar tratamentos desnecessários e proteger a criança de complicações futuras.
Cuidado que previne e protege
A investigação correta ajuda a evitar uso excessivo de antibióticos, reduz risco de resistência bacteriana e ajuda a criança a receber o tratamento adequado, no momento certo.
Dr. Marco Antonio Iazzetti
Infectologista pediátrico | Pediatra | Acupunturista
CRM/SP: 79060 – RQE: 46101 – RQE: 72245




